Da célula ao organismo!
Você já parou para pensar como é possível que em seres vivos pluricelulares um organismo inteiro pode se desenvolver a partir de uma única célula, resultante do encontro das células reprodutivas?
É realmente incrível pensar que todo um organismo, com bilhões de células, pode se formar a partir de uma única célula.
Esse milagre da vida é o reflexo de bilhões de anos de evolução, desde o surgimento do primeiro ser vivo no planeta Terra até os dias de hoje.
Neste roteiro vamos conhecer como uma única célula, o ZIGOTO, resultante da fecundação, pode se desenvolver e formar todos os tipos celulares, tecidos, órgãos e sistemas que compõem o organismo humano.
Bons estudos!
O que é Embriologia?
A embriologia é uma área da biologia que estuda o desenvolvimento embrionário dos organismos vivos, ou seja, o processo de formação do embrião a partir de uma única célula, o zigoto, que originará um novo ser vivo.
O que a Embriologia Estuda?
A Embriologia estuda todas as fases do desenvolvimento embrionário desde a fecundação, formação do zigoto até que todos os órgãos do novo ser estejam completamente formados. Também são consideradas as etapas anteriores à gestação do embrião, uma vez que influenciam no processo.
Atualmente a embriologia é uma parte da Biologia do Desenvolvimento, e está relacionada com diversas áreas de conhecimento como a citologia, a histologia, a genética, a zoologia, entre outras. Algumas das especialidades da Embriologia são:
- Embriologia Humana: área que se dedica ao conhecimento sobre o desenvolvimento de embriões humanos, estudando as malformações e doenças congênitas. A embriologia clínica ou médica aos estudos sobre embriões em processos de reprodução assistida;
Embriologia Comparada: é a área que se dedica a estudar o desenvolvimento embrionário de diversas espécies animais, comparativamente. É importante para os estudos evolutivos;
- Embriologia Vegetal: estuda os estágios de formação e desenvolvimento das plantas.
Embriologia Humana
Tomando como exemplo o desenvolvimento embrionário humano, as fases do desenvolvimento do novo indivíduo são:
Gametogênese
Na gametogênese são formados os gametas a partir de células especializadas chamadas células germinativas, que passam por várias divisões e se multiplicam. Ao final do processo, forma-se o gameta feminino (óvulo) e o gameta masculino (espermatozoides).
Os gametas possuem apenas a metade da informação genética, fato importante considerando que os dois gametas se encontram para formar a primeira célula do novo indivíduo, o zigoto.
Fecundação
Após o ato sexual os espermatozoides lançados dentro do corpo feminino têm de alcançar o óvulo. Quando um espermatozoide consegue penetrar no óvulo ocorre a fecundação. Na fecundação ocorre a cariogamia, ou seja, a fusão dos núcleos dos gametas e formação do zigoto.
O Zigoto é considerado como a primeira célula de um novo organismo, e vai originar todas as outras células do novo indivíduo. É contém um conjunto completo de material genético, composto de 50% de material genético materno e 50% de material genético paterno.
Desenvolvimento Embrionário Humano
Basicamente em todos os animais o desenvolvimento do embrião abrange três fases principais: segmentação, gastrulação e organogênese.
Segmentação
Logo após a formação do zigoto iniciam as clivagens (divisões celulares), fazendo aumentar o número de células. As divisões são rápidas e em cerca de 3 dias, encontramos uma massa de células, conhecida por mórula, amora em latim, devido a semelhança com essa fruta.
Em uma semana, o embrião encontra-se no estágio de blastocisto, havendo uma cavidade repleta de líquido e em uma extremidade uma massa celular que dará origem ao novo organismo. O Blastocisto se fixará na parede uterina para dar continuidade ao processo, em um fenômeno conhecido como Implantação Veja a imagem abaixo:
Blastocistos (do grego blastos, germe + kystis, vesícula): nesse estágio a mórula sofre mudanças que a converte em blastocisto. Isto ocorre imediatamente após a chegada da mórula no útero, quando a cavidade blastocística é preenchida por um líquido. Neste momento suas células se dispõem centralmente e formam o primórdio do embrião (trofoblasto) e os anexos embrionários
. O vídeo abaixo mostra o processo de implantação da blástula no útero e o início do próximo processo que é a gastrulação.
O Blastocisto será dividido em duas regiões principais, o embrioblasto, que é a parte do blastocisto que originará o embrião; e o tofoblasto, que no decorrer do desenvolvimento ira se transformar em um dos principais órgãos do futuro feto, a placenta, a bolsa amniótica e o cordão umbilical.
A placenta é dividida em dois lados: a face fetal e a face materna. Face fetal: é o lado que fica em contato direto com o feto e de onde sai o cordão umbilical. Face materna: é o lado em que fica "grudado" no útero da mãe e também é o local aonde ocorre as trocas mãe-feto. Veja a figura abaixo:
As funções básicas da placenta são: proteção do embrião e do feto, fornecimento de nutrientes para o embrião e feto no decorrer da gestação, Trocas gasosas entre o feto e a mãe, excreção e produção de hormônios. É importante destacar que em nenhum momento da gestação o sangue do feto se mistura ou entra em contato com o sangue da mãe. Isso ocorre pois a placenta isola o feto, permitindo apenas as trocas entre mãe e feto.
Já o cordão umbilical é a ponte entre a placenta e o organismo do feto propriamente dito. è formado por vasos sanguíneos que transportam o sangue para a placenta e da placenta para o feto.
A Bolsa amniótica é uma bolsa cheia de liquido que permite o correto desenvolvimento do corpo do feto além da proteção contra choques mecânicos. Essa bolsa estoura no final da gestação, indicando o início do trabalho de parto.
Gastrulação
A partir da blástula, inicia a fase de gastrulação, onde o embrião começa a aumentar de tamanho e surge o intestino primitivo ou arquêntero e ocorre a diferenciação dos folhetos germinativos ou embrionários.
Os folhetos embrionários darão origem aos diferentes tecidos do corpo e se dividem em ectoderme, endoderme e mesoderme.
Ectoderme: epiderme, unhas, pelos, córnea, cartilagem e ossos da face, tecidos conjuntivos das glândulas salivares, lacrimais, timo, tireóidea e hipófise, sistema nervoso, encéfalo e neurônios, entre outros.
Endoderme: pâncreas, sistema respiratório (exceto cavidades nasais), pulmões, fígado e epitélio da bexiga urinária, entre outros.
Mesoderme: derme da pele, músculos, cartilagens e ossos (exceto da face), medula óssea, rim, útero, coração, sangue, entre outros.
É na mesoderme que aparece uma cavidade conhecida como CELOMA. O celoma é uma importante marca evolutiva nos seres vivos, sendo que existem grupos de animais que não desenvolvem celomas , os acelomados; com um falso celoma (envolvido só em um lado por mesoderme) conhecidos por pseudocelomados; e aqueles com celoma verdadeiro (cavidade completamente envolvida por mesoderme), os celomados. Essa informação será importante no 7 ano quando estivermos estudando a classificação dos animais.
Ao final da gastrulação, o embrião é chamado de gástrula
Organogênese
A última fase do desenvolvimento embrionário é a organogênese, onde ocorre a diferenciação dos tecidos e órgãos.
O primeiro estágio dela é a neurulação, quando há formação do tubo neural, que se diferenciará no sistema nervoso central.
Durante a neurulação, o embrião recebe o nome de nêurula.
A organogênese termina até a oitava semana de gestação, por volta do 56º dia.
Nesse período, o embrião mede cerca de 3 cm de comprimento. Depois da nona semana até o nascimento, o indivíduo em formação passa a ser chamado de feto.
O nascimento ocorre em média durante a 38ª semana de gestação.
O vídeo abaixo mostra todas as etapas desde a fecundação até a gestação propriamente dita, ilustrando as etapas do desenvolvimento do embrião.
O desenvolvimento embrionário reflete a evolução?
Comparando a embriologia de diversos vertebrados observa-se uma grande semelhança no padrão de desenvolvimento inicial. À medida que o embrião se desenvolve, surgem características individualizantes e as semelhanças diminuem. As semelhanças na anatomia são consideradas como uma das evidências da evolução.
A figura acima mostra claramente como os embriões de diferentes espécies, desde o inicio do desenvolvimento são muito semelhantes, diferenciando-se apenas no final da gestação.
Claramente este fator indica que existe parentesco evolutivo entre todos os animais, sendo evidência clara do processo da evolução das espécies a partir de um ancestral comum.
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