Apresentação sobre ISTs
Sífilis
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Essa doença, com uma história longa e complexa, remonta ao final do século XV, na Europa, após a chegada de Cristóvão Colombo às Américas. O contágio se espalhou rapidamente por todo o continente europeu e além, gerando vários surtos epidêmicos ao longo da história. Estudos posteriores revelaram a bactéria Treponema pallidum como o agente causador da sífilis.
A sífilis apresenta várias fases distintas, cada uma delas com sintomas característicos que evoluem ao longo do tempo. Na fase primária, manifesta-se uma ferida ou úlcera indolor, frequentemente encontrada nos órgãos genitais, ânus, boca ou lábios. Esta lesão desaparece espontaneamente após algumas semanas. Já na fase secundária, que ocorre cerca de 2 a 8 semanas após o surgimento da ferida inicial, podem aparecer erupções cutâneas, lesões nas mucosas, febre, dor de garganta, perda de cabelo e mal-estar geral. Esses sintomas tendem a desaparecer, mas a infecção permanece latente.
Seguindo para a fase latente, a infecção fica dormente, não manifestando sintomas evidentes. Esta fase pode estender-se por anos, sem que o indivíduo infectado esteja ciente da presença da bactéria em seu organismo. No entanto, se a sífilis não for tratada, ela pode progredir para a fase terciária, também conhecida como tardia. Nessa fase, a infecção pode afetar órgãos internos, como o coração, o cérebro e os ossos. Isso pode resultar em problemas graves, incluindo lesões cardíacas e neurológicas.
Felizmente, a sífilis é tratável com o uso de antibióticos, sendo a penicilina o tratamento mais comum. A abordagem terapêutica varia de acordo com a fase da doença, e é essencial procurar ajuda médica o mais cedo possível para evitar complicações graves.
Quanto à prevenção, medidas como o uso consistente e correto de preservativos durante as relações sexuais, a limitação do número de parceiros sexuais, exames regulares para detecção precoce e busca de tratamento imediato em caso de diagnóstico positivo são fundamentais para evitar a disseminação da doença.
Curiosamente, antes da descoberta da penicilina, o tratamento da sífilis era um desafio e frequentemente envolvia o uso de mercúrio, o que acarretava em efeitos colaterais graves. Além disso, a sífilis congênita, uma forma da doença, ocorre quando uma mãe infectada transmite a infecção para seu filho durante a gravidez.
Gonorreia
A gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. Sendo uma das ISTs mais antigas conhecidas, ela tem sido documentada ao longo da história e foi identificada na Grécia Antiga, sob o nome de "gonorrhoia". No entanto, sua causa bacteriana, Neisseria gonorrhoeae, foi descoberta apenas em meados do século XIX.
Essa infecção pode afetar diversas áreas do corpo e apresentar sintomas variados. Nos homens, os sintomas incluem dor ou sensação de queimação ao urinar, bem como secreção purulenta do pênis. Nas mulheres, os sintomas podem ser leves ou ausentes, mas podem incluir dor ao urinar, dor abdominal e corrimento vaginal. Além disso, a gonorreia pode afetar o reto, causando coceira, dor, sangramento retal e corrimento retal. Também pode ocorrer infecção na garganta, geralmente não apresentando sintomas, mas em alguns casos causando dor de garganta.
O tratamento da gonorreia envolve o uso de antibióticos, sendo uma única dose de antibiótico o tratamento mais comum. No entanto, a resistência bacteriana a antibióticos tem sido uma preocupação crescente, tornando o tratamento mais desafiador.
Prevenir a gonorreia é fundamental e envolve o uso consistente e correto de preservativos durante as relações sexuais. Limitar o número de parceiros sexuais e realizar exames regulares para detecção precoce também são medidas importantes para evitar a disseminação da doença.
Algumas curiosidades sobre a gonorreia incluem o fato de que ela pode levar a complicações graves se não for tratada, como a doença inflamatória pélvica (DIP) em mulheres e a epididimite em homens. Além disso, a resistência bacteriana à penicilina e outros antibióticos tem dificultado o tratamento da gonorreia em algumas regiões.
AIDS/HIV
A AIDS, ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, é uma condição causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). O marco inicial da epidemia de AIDS foi identificado nos Estados Unidos em 1981, com a descoberta do HIV como o agente causador ocorrendo em 1983.
A doença evolui por várias fases, sendo a infecção aguda a primeira delas. Algumas semanas após a exposição ao HIV, sintomas semelhantes aos da gripe podem ocorrer, como febre, fadiga, dor de garganta e erupções cutâneas. O período assintomático pode durar anos, durante o qual o vírus se replica e danifica o sistema imunológico, embora sem sintomas evidentes. O estágio sintomático é caracterizado por sintomas como perda de peso inexplicada, febre prolongada, diarreia crônica e infecções recorrentes.
Embora não haja cura para a AIDS atualmente, a terapia antirretroviral (TAR) é usada para controlar a replicação do HIV e prevenir a progressão para a AIDS. É crucial aderir rigorosamente ao tratamento para seu sucesso.
A prevenção da AIDS inclui medidas como o uso consistente e correto de preservativos durante as relações sexuais, a limitação do número de parceiros sexuais, a evitar o compartilhamento de seringas e a realização de exames regulares para detecção precoce.
Curiosidades sobre a AIDS incluem o fato de que o vírus HIV ataca as células CD4 do sistema imunológico, enfraquecendo a capacidade do corpo de combater infecções. A infecção pelo HIV pode ser transmitida por meio do contato com sangue, fluidos sexuais, leite materno e de mãe para filho durante a gravidez, parto ou amamentação.
HPV:
O HPV, ou Papilomavírus Humano, pertence a uma família de vírus que têm a capacidade de infectar a pele e as mucosas. Sua descoberta ocorreu nos anos 1950 e desde então tem sido associado a uma variedade de condições, incluindo verrugas comuns e, posteriormente, a cânceres.
Este vírus pode causar verrugas genitais, que são lesões elevadas e ásperas, frequentemente sem dor, que surgem nos órgãos genitais ou na região anal. Elas podem se apresentar de forma única ou múltipla. Além disso, o HPV é frequentemente associado a infecções silenciosas, que não manifestam sintomas óbvios, tornando a transmissão bastante comum.
Embora não haja uma cura definitiva para o HPV, as verrugas genitais podem ser tratadas com medicações tópicas ou através de procedimentos cirúrgicos. No entanto, a prevenção é fundamental para evitar complicações. A vacinação contra o HPV é uma abordagem eficaz na prevenção da infecção e na redução do risco de cânceres associados a esse vírus. Além disso, o uso consistente e correto de preservativos durante as relações sexuais também é uma medida importante.
Curiosamente, o HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo. Além das verrugas genitais, esse vírus está fortemente associado a diversos tipos de cânceres, incluindo câncer do colo do útero, ânus, orofaringe e outros.
Hepatites B e C
As Hepatites B e C são infecções virais que afetam o fígado, podendo causar danos significativos e complicações graves, como cirrose e câncer hepático.
A Hepatite B é causada pelo vírus da Hepatite B (HBV) e é uma das infecções virais mais comuns em todo o mundo. Sua transmissão ocorre principalmente através do contato com sangue contaminado, fluidos corporais e relações sexuais desprotegidas. A infecção pode ser aguda, com sintomas como febre, fadiga, icterícia (amarelamento da pele e dos olhos), dor abdominal e náusea, ou ser assintomática. A Hepatite B crônica pode requerer tratamento com medicamentos antivirais para controlar a replicação do vírus.
A Hepatite C é causada pelo vírus da Hepatite C (HCV) e é frequentemente assintomática, o que pode levar a complicações graves ao longo do tempo. A transmissão do HCV ocorre principalmente pelo contato com sangue contaminado, muitas vezes associado ao uso de seringas compartilhadas ou práticas médicas inadequadas. Embora a maioria das infecções seja assintomática, alguns sintomas podem incluir fadiga, náusea, icterícia e dor abdominal. O tratamento da Hepatite C crônica envolve medicamentos antivirais de ação direta, que têm demonstrado sucesso na eliminação do vírus.
A prevenção das Hepatites B e C é crucial. A vacinação contra a Hepatite B é uma abordagem eficaz para prevenir a infecção. Além disso, medidas como o uso de preservativos durante as relações sexuais, não compartilhar objetos contaminados com sangue e adotar precauções em procedimentos médicos são importantes para evitar a transmissão desses vírus.
Herpes
A herpes é uma infecção viral causada pelo vírus herpes simplex (HSV), que se apresenta em duas variantes principais: HSV-1 e HSV-2. Embora antiga, a história da herpes remonta a textos médicos do século V a.C., com a identificação do vírus herpes simplex ocorrendo em 1919.
A infecção por herpes pode se manifestar em diferentes fases, sendo a infecção primária a primeira delas. Essa fase pode ocorrer sem sintomas ou se manifestar como feridas dolorosas e úlceras genitais, frequentemente acompanhadas de febre e mal-estar. Posteriormente, o vírus permanece latente no corpo, e surtos recorrentes podem ocorrer. Esses surtos são desencadeados por fatores como estresse e fadiga, manifestando-se como bolhas, úlceras e coceira.
Embora não haja cura definitiva para a herpes, os surtos podem ser tratados com medicamentos antivirais para aliviar os sintomas e acelerar a cicatrização. A prevenção da herpes envolve o uso de preservativos, que pode reduzir o risco de transmissão, embora não o elimine completamente. Além disso, evitar contato direto durante surtos ativos é uma medida importante para evitar a disseminação do vírus.
Curiosamente, a herpes oral é frequentemente associada ao HSV-1, enquanto a herpes genital é frequentemente causada pelo HSV-2. No entanto, ambas as variantes podem infectar ambas as áreas. A infecção pelo HSV-2 é uma das principais causas de úlceras genitais em todo o mundo.
Candidíase
A candidíase é uma infecção fúngica causada principalmente pelo fungo Candida albicans, embora outras espécies do gênero Candida também possam estar envolvidas. Essa infecção antiga teve seu agente causador, o Candida albicans, identificado no século XIX.
Os sintomas da candidíase variam de acordo com a área afetada. Na candidíase genital, os homens podem experienciar coceira, vermelhidão e inchaço na glande e no prepúcio, enquanto nas mulheres, sintomas como coceira vaginal, corrimento anormal e vermelhidão são comuns. A candidíase oral, também conhecida como sapinho, pode causar lesões esbranquiçadas na boca, língua e garganta, resultando em dor e dificuldade ao engolir. Além disso, a candidíase cutânea pode levar a erupções cutâneas vermelhas e coceira em áreas de dobras da pele.
O tratamento da candidíase envolve geralmente o uso de antifúngicos, que podem ser aplicados topicamente ou administrados oralmente, dependendo da gravidade da infecção.
Prevenir a candidíase inclui medidas como manter uma boa higiene, evitar roupas úmidas por longos períodos e evitar o uso excessivo de antibióticos, pois esses podem alterar o equilíbrio natural dos microrganismos.
Curiosamente, a candidíase é mais comum em pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos, como pacientes com HIV/AIDS. Além disso, recém-nascidos também podem ser afetados por candidíase, desenvolvendo o sapinho oral.